30 maio BNCC e Desenho universal para a aprendizagem: criando atividades para todos os alunos
Saiba como desenvolver atividades que atendam às competências da Base Nacional Comum Curricular e que sejam efetivas para a aprendizagem de todos, incluindo estudantes público-alvo da educação especial
Por Silvia Ferraresi
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) chegou de vez às salas de aula, mas muitos professores ainda não sabem como elaborar atividades que contemplem as competências definidas pelo documento e que, de quebra, ainda trabalhem o conteúdo e sejam inclusivas. Parece impossível, não é? Trata-se de uma tarefa desafiadora, sim, mas possível.
Primeiro, vamos retomar o que já falei neste artigo sobre a Base e seus objetivos:
• O objetivo da BNCC é orientar o que será ensinado nas salas de aula do Brasil;
• Ela direciona a elaboração do currículo específico de cada escola, considerando as particularidades de cada uma;
• Sua finalidade é garantir a educação com equidade, através do estabelecimento das competências essenciais para a formação do cidadão;
• As competências essenciais serão trabalhadas de acordo com idade e segmento escolar.
Nesse sentido, a Base colabora com o processo de educação inclusiva, uma vez que visa a formação humana integral para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva.
Todos têm direito ao currículo
Um dos princípios da educação inclusiva é o de que todos têm direito à aprendizagem. Isso significa que todos os estudantes, sejam eles público-alvo da educação especial ou não, têm direito a aprender e ter acesso ao mesmo currículo.
Uma ideia simples de entender, mas nem sempre fácil de ser colocada em prática. Mas há metodologias que podem ajudar os professores a ensinar os conteúdos para todos e para cada um dos alunos em sala de aula. Um desses métodos é o Desenho universal para a aprendizagem (DUA).
Relembre o que é DUA no artigo Como criar estratégias pedagógicas inclusivas seguindo a BNCC.
Atividade inclusiva desenvolvida com DUA
Ao planejar uma aula sobre a fotossíntese contemplando a Base e o Desenho universal para a aprendizagem, por exemplo, eu:
1. Parto da necessidade de fomentar nos meus alunos a curiosidade, o pensamento científico, crítico e criativo, apresentando um conteúdo relevante;
2. Elaboro estratégias que contemplem o maior número de estudantes em suas singularidades. Dessa forma, usar somente o livro e apostila estão fora de cogitação! Posso planejar uma experiência em sala, plantar um broto de feijão etc. Os estudantes podem acompanhar as etapas, investigando, registrando;
3. Avalio a aprendizagem dos meus alunos a partir da aprendizagem concreta. Para isso, as possibilidades são muitas: registro, fotografia das etapas do desenvolvimento do feijão, pesquisa, vídeos produzidos pelos alunos etc.;
4. Torno essa aula inesquecível, mantendo o interesse dos meus estudantes para as próximas atividades.
No exemplo acima, a aula foi elaborada considerando a BNCC, o DUA e, assim, a educação inclusiva! Infelizmente, não existe uma receita que diga, passo a passo, de como ensinar e garantir que todos aprendem. Entretanto, as possibilidades para novas práticas de ensino são infinitas!
Troque ideias com os colegas, pesquise sites de referência (como o diversa.org.br) e, acima de tudo, esteja disposto a fazer algo fora da caixinha.
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