Desafios para a inclusão nas escolas do século XXI
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Desafios para a inclusão nas escolas do século XXI

Desafios para a inclusão nas escolas do século XXI

As discussões sobre o futuro da educação e sobre a inclusão dos alunos com deficiência, transtornos e dificuldades de aprendizagem têm que acontecer juntas, não de forma paralela

Por Silvia Ferraresi

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trouxe consigo um desafio: o de revisar o modelo da escola contemporânea. As habilidades socioemocionais começaram a ser consideradas e passaram a fazer parte do planejamento, tanto do currículo quanto das práticas pedagógicas. Houve avanços em diversas áreas, entretanto, não os noto quando se trata da inclusão dos alunos com deficiência, transtornos de aprendizagem e das minorias de forma geral.

Nesse sentido, o cumprimento do capítulo IV da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) intitulado “Do direito à educação” ainda é um grande desafio para a maioria das escolas – uma realidade que me inquieta e me angustia. Vejo com pesar as discussões sobre a escola do século XXI e a inclusão dos alunos com deficiência acontecendo de forma paralela. A educação inclusiva diz respeito a todos os alunos e, por isso, traz benefícios para todos os estudantes.

Mas, com os debates acontecendo em separado, sem que a inclusão faça parte das mudanças na educação brasileira, será possível formar indivíduos ativos e transformadores da realidade?

Competências socioemocionais da BNCC e inclusão

O conceito de competência considerado na BNCC é a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, com o objetivo de resolver demandas do cotidiano, incluindo o exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Estimular as competências em sala de aula promove a educação para além dos muros da escola, abrindo infinitas possibilidades para práticas pedagógicas mais atrativas e equitativas.

Leia também:
As contribuições da BNCC para uma educação inclusiva
Como criar estratégias pedagógicas inclusivas seguindo a BNCC

A competência 9 “empatia e cooperação”, por exemplo, tem como proposta o exercício da empatia, do diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação, respeitando-se e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, suas identidades, suas culturas e suas potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. Como é possível desenvolver essa competência num modelo de segregação, onde os alunos com deficiência estão inseridos sem de fato pertencerem?

Cada um de nós traz na memória uma enorme lista de reforços positivos ou negativos que colaboraram ou prejudicaram o desenvolvimento da própria autoestima. Levei muitos anos para acreditar que era inteligente por conta da imensa dificuldade que tive com as disciplinas exatas. Minha característica questionadora impulsionou a busca de recursos para resolver essas questões e a ter empatia com quem vive diariamente a angústia de não ser bom o suficiente para o sistema de ensino.

Revertendo a marca do estigma

Ao acompanhar o processo de ensino-aprendizagem em meu trabalho como assessora em educação inclusiva, vejo com nitidez a atuação de todos os envolvidos, desde estudantes (nosso maior objetivo) até professores, gestores, família etc. Observo muita dificuldade dos profissionais perceberam quais são as habilidades de seus alunos que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem, transtorno ou deficiência. Os estigmas surgem, se espalham e prevalecem por toda a trajetória escolar.

Qual deve ser a ação dos profissionais para reverter essa marca nociva? Novas práticas pedagógicas inclusivas podem mudar essa realidade. Percebo que as escolas têm muita vontade de mudar, entretanto, nem sempre têm força suficiente para rever o formato das aulas e para transformar a maneira como os educadores olham as habilidades e inteligências dos alunos. Elas ainda agem para que as crianças e adolescentes se adequem ao sistema, não o contrário.

Acontece que os estudantes dessa geração não se encaixam nesse modelo! A mudança é inevitável. Inclusão é um direito, um caminho sem volta e a Base Nacional Comum Curricular dialoga diretamente com tudo isso.

Que tal planejar o próximo ano letivo aderindo práticas pedagógicas mais inclusivas? Precisa de ajuda? Conte com o Inclusão na Escola! Entre em contato pelo site ou envie um e-mail para silvia@inclusaonaescola.com.br para mais informações.

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