Como avaliar o aluno com deficiência - Inclusão na Escola
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Como avaliar o aluno com deficiência

Como avaliar o aluno com deficiência

Confira 3 dicas para tornar o processo de avaliação dos estudantes público-alvo da educação especial um processo mais fácil e inclusivo

Por Silvia Ferraresi

O fim do ano letivo em geral é um sufoco para alunos e familiares. As crianças e adolescentes com dificuldades se descabelam. Os responsáveis ficam tensos e desesperados com a possibilidade de terem que pagar mais um ano de escola. Dessa forma, desdobram-se para que os filhos alcancem as notas necessárias para serem aprovados e, muitas vezes, recorrem a aulas particulares.

Os professores da escola também sofrem com esse processo, sentindo um misto de frustração, impotência e cansaço. Quando fui aluna do Ensino Fundamental II, na época chamado de ginásio, vivenciei muitas dessas dificuldades, já que ficava de recuperação todos os anos. Lembro-me da sensação de olhar o boletim, escrito à caneta, cheio de notas vermelhas e de me sentir constrangida. O período de recuperação nos anos 1980 acontecia durante as últimas semanas de aulas. Mas, para esclarecer mesmo as dúvidas, só com um professor particular. Essa figura tão presente na minha adolescência era a pessoa que me fazia estudar em duas semanas o que não havia feito o ano inteiro, mostrando-me que aquelas equações tão abstratas poderiam ter algum sentido.

Lembrar da minha trajetória me faz ter empatia por todos os alunos que de alguma forma estão excluídos do sistema de ensino e aprendizagem. Nesse artigo, pretendo dar luz aos estudantes público-alvo da Educação Especial (PAEE), ou seja, àqueles com deficiência física, intelectual, sensorial, que estão dentro transtorno do espectro autista (TEA) e que têm altas habilidades e super-dotação.

A educação inclusiva nas escolas particulares

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), protege esse alunos, dando garantia de acesso, permanência e igualdade de oportunidades. Prevê o atendimento educacional especializado (AEE) realizado no contraturno, além de formação continuada para seus professores. Isso é ótimo, entretanto nem sempre real. Presenciei, sim, trabalhos efetivos em escolas públicas e vi que em diversas unidades a educação inclusiva é uma realidade. O serviço de AEE funciona, os professores são treinados continuamente e o aluno pertence, de fato, à escola, o que faz toda diferença na atuação da equipe. A avaliação do aluno é um processo, onde o desenvolvimento dele é mais relevante do que seu mero desempenho acadêmico.

As escolas privadas estão no início dessa caminhada para se apropriar da educação inclusiva. A maioria não tem o serviço de atendimento educacional especializado, não recebe formação continuada e tem dificuldade para olhar o aluno em todas as habilidades. Percebo muita vontade de trabalhar, mas poucos recursos para elaborar estratégias e recursos pedagógicos facilitadores de aprendizagem, o que gera mais angustia para aprovar ou reprovar o aluno no final do ano.

Como fazer a avaliação nesse contexto?

Pensando nesses professores, apresento três dicas para avaliar o aluno com deficiência:

  • Tenha um Plano Educacional Individualizado (PEI): com esse documento, você terá uma visão mais ampla sobre o aluno, suas habilidades, potencialidades e ganhos durante aquele ano escolar. Falo mais sobre o plano e como ele é uma ferramenta poderosa para a inclusão neste outro artigo publicado recentemente no blog.

  • Reveja suas estratégias e recursos pedagógicos continuamente: a prática do professor precisa se adequar ao estudante, não o contrário. Olhe para seu planejamento e questione se ele contempla as necessidades educativas dos alunos com deficiência, transtornos ou com dificuldades de aprendizagem.
  • Faça uma  avaliação continuada: a nota deve ser resultado do processo avaliativo realizado em todas as atividades, comentários, envolvimento, iniciativa, pesquisa, interesse, entre outros. Quando você olha para a experiência do seu estudante e compara com as notas dele, vê coerência? Se a resposta é não, alguma coisa precisa mudar!

  • Faça uma  avaliação continuada: a nota deve ser resultado do processo avaliativo realizado em todas as atividades, comentários, envolvimento, iniciativa, pesquisa, interesse, entre outros. Quando você olha para a experiência do seu estudante e compara com as notas dele, vê coerência? Se a resposta é não, alguma coisa precisa mudar!

Falta muito pouco para o ano letivo terminar, mas ainda dá tempo de praticar algumas dessas dicas e tornar a experiência escolar do seu aluno um período de aprendizagem e não somente de tensão por notas.

Em 2020 faça diferente: comece o ano letivo com formação para a equipe escolar, elaborando o PEI e promovendo práticas mais inclusivas. Dessa forma, poderá experimentar um processo de ensino e aprendizagem mais leve e significativo.

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