A escola privada e o direito à diferença - Inclusão na Escola
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A escola privada e o direito à diferença

A escola privada e o direito à diferença

Escolas particulares, em geral, querem que o aluno com deficiência se adapte. Mas quando ele chega, elas percebem que a prática da educação inclusiva foge a essa ideia – impondo-lhes a necessidade de mudar os paradigmas

Por Silvia Ferraresi

Escolas particulares, em geral, querem que o aluno com deficiência se adapte. Mas quando ele chega, elas percebem que a prática da educação inclusiva foge a essa ideia – impondo-lhes a necessidade de mudar os paradigmas

Convivo há muitos anos com pessoas com deficiência, mas confesso que ainda é difícil manter a calma diante de histórias como a da ativista pela inclusão escolar Mariana Rosa e sua filha Alice, recentemente divulgada pelo portal R7. Conforme a reportagem destaca, desde o nascimento de Alice, Mariana tem demonstrado uma força gigantesca para garantir espaço e respeito a sua filha nas escolas.

Tenho dificuldades para lidar com essa situação, uma vez que essa mãe não deveria ter que brigar por um direito que é garantido a Alice por lei. Mas, infelizmente, apesar dos avanços nas políticas públicas que visam garantir o acesso e a permanência das crianças com deficiência nas escolas – sejam elas públicas ou privadas –, relatos como o de Mariana ainda são muito comuns.

A Lei Brasileira de Inclusão (LBI) trouxe para a escola privada a difícil missão de incorporar em sua rotina o aluno com deficiência. Em geral, essas instituições desejam que ele se adapte a suas circunstâncias, não o contrário. Porém, quando o estudante público-alvo da educação especial chega, elas percebem que a prática da educação inclusiva foge completamente a essa ideia, impondo-lhes as necessidades de:

• Aprender algo novo
• Olhar para o aluno buscando suas habilidades
• Planejar aulas e atividades mais inclusivas
• Respeitar as diferenças

A escola que entende essas novas perspectivas de atuação e começa a trabalhar a partir delas consegue trazer benefícios para todos os alunos, não só os com deficiência. Além disso, consegue criar mais oportunidades para o desenvolvimento do respeito e da tolerância entre os estudantes, valores tão necessários nos dias de hoje.

Como tornar a educação inclusiva realidade na escola privada

As instituições particulares estão investindo tempo e recursos em formações voltadas para as habilidades socioemocionais, entretanto, quase nada aplicam para tornar a educação inclusiva uma realidade. Para que isso aconteça, é preciso que as estratégias e recursos pedagógicos sejam elaborados numa perspectiva inclusiva, ou seja, considerando as diferenças e interesses dos alunos. Quantas vezes você, educador, planejou suas aulas partindo do que você sabe sobre o aluno e sobre o currículo, tornando-o interessante para todos?

Isso é possível aplicando-se o modelo do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), que traz para a sala de aula a possibilidade de olhar para todos os alunos e para cada um deles de forma particular. Neste outro artigo (clique aqui para ler na íntegra), detalhamos o que é o DUA. Aqui, darei um exemplo para mostrar os benefícios de usar essa técnica na hora de desenvolver o planejamento pedagógico.

O DUA como um caminho

Durante um ciclo de formações para professores de escolas públicas, ministrei aulas sobre o Desenho Universal para a Aprendizagem e o transtorno do espectro autista (TEA). Uma das educadoras comentou que já usava o conceito e relatou com muita alegria a quebra de paradigma que o método proporcionou em sua prática na sala de aula. Conforme contou, ela se intitulava uma alfabetizadora “tradicional”, mas, ao tomar contato com o DUA, percebeu que suas estratégias não estavam contemplando todos os alunos – especialmente seu aluno F., que tinha diagnóstico de TEA.

Sua primeira ação foi olhar para o aluno e procurar conhecer seus saberes e interesses. Nesse percurso, descobriu que o foco de atenção do garoto era o personagem Mickey. Sua segunda atitude, então, foi incluir o personagem no planejamento pedagógico, fazendo com que, de alguma forma, ele estivesse sempre presente nas atividades do grupo. Uma vez que os outros alunos também gostavam do Mickey, as atividades tornaram-se atrativas para todos.

O resultado foi surpreendente. F., antes pouco participativo, tornou-se mais interessado, mostrando um potencial de aprendizagem até então desconhecido e tornando-se visível para todos! A professora, antes desmotivada, percebeu que práticas pedagógicas mais inclusivas, ao contrário do que imaginava, não eram um “peso”, mas traziam leveza ao processo. Foi gratificante ouvir esse relato, validando a efetividade do DUA no planejamento de aulas mais interessantes e equitativas.

Torne sua escola inclusiva o quanto antes!

Estamos prestes a começar um novo ano letivo. Vamos fazer o que estamos acostumados a fazer, obtendo os mesmos resultados ou vamos incluir novas práticas para obter resultados diferentes?

Precisa de ajuda nesse processo? Temos planos para formação dos educadores e assessoria completa para tornar sua escola acessível. Entre em contato pelo site, pelo WhatsApp (11 97014-2846) ou envie um e-mail para silvia@inclusaonaescola.com.br para mais informações.

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