Como fazer a avaliação dos alunos com deficiência
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Como fazer a avaliação dos alunos com deficiência

Como fazer a avaliação dos alunos com deficiência

Não sabe como dar nota aos estudantes público-alvo da educação especial ou com dificuldades de aprendizagem? Confira dicas para criar um processo de avaliação contínuo e personalizado

Por Silvia Ferraresi

O mês de abril começa e com ele chegam as primeiras provas do ano letivo. Até agora, os professores estavam conhecendo suas turmas – identificando seus saberes, repertórios e comportamentos. No trabalho com os alunos público-alvo da educação especial, muito provavelmente, os docentes já tentaram aplicar diversas estratégias, nem todas bem sucedidas.

Mas a rotina escolar precisa seguir e todos devem fazer as tão temidas provas. Para os educadores, muitas vezes frustrados com as tentativas que não trouxeram os resultados esperados, fica a dúvida: como fazer a avaliação de estudantes com alguma deficiência, com autismo ou com outras dificuldades de aprendizagem?

Neste artigo, vou dar dicas para que o professor possa construir um processo avaliativo eficiente. Tenha papel e caneta em mãos, porque aqui a cola está liberada! Vamos lá?

O que esperar da prova?

Nós, educadores, sempre temos a expectativa de que os alunos se saiam bem nas provas. Mas, também sabemos que formatos tradicionais de avaliação são uma peneira que nem todos conseguem passar. Com isso, quando os resultados chegam, vemos que a realidade nem sempre corresponde a nossos desejos – o que gera estresse tanto para nós quanto para os estudantes.

Como, então, tornar esse momento menos frustrante para todos? Mudar as expectativas é o primeiro passo! É preciso entender a avaliação enquanto um processo, que inclui tanto as crianças e adolescentes quanto o docente. Como afirma o educador José Gimeno Sacristán: a avaliação deveria ser olhada como um processo que identifica a aprendizagem dos educandos e que serve de ponto de partida para que o professor reveja sua própria prática.

Avaliação dos alunos com deficiência

E como fazer a avaliação do público-alvo da educação especial? Quais critérios utilizar? Devo comparar o estudante com os outros? A prova deve ser a mesma?

Considerando que a avaliação é um processo contínuo e interventivo, nessas situações, temos que identificar o que o aluno com deficiência, autismo ou dificuldade de aprendizagem é capaz de realizar em sala de aula e fora dela, com ou sem apoios.

Para isso, é preciso valorizar suas criações, considerando seus modos singulares de expressar o que aprendeu. As observações realizadas nesse processo devem, a cada etapa, subsidiar a construção de novas propostas educacionais que permitam o desenvolvimento do estudante.

Como fica na prática?

Algumas dicas podem te ajudar não só na avaliação dos alunos público-alvo da educação especial, mas de toda sua classe. Fique atento:

• Tenha clareza sobre seus objetivos para aquele estudante. Saiba aonde quer chegar e qual caminho percorrer

• Avalie o aluno em sua totalidade. Considere questões como autonomia, organização, capacidade para resolver problemas e habilidades sociais tanto quanto o conteúdo das disciplinas

• Compare o estudante com ele mesmo. O processo avaliativo é personalizado

• Registre a evolução no desenvolvimento do aluno para o objetivo estabelecido. Esses apontamentos terão o valor de uma prova, uma vez que conterão todo o processo de aprendizagem

• Reveja periodicamente seu planejamento e utilize o processo avaliativo como alicerce para criar novos objetivos e estratégias

A importância do Plano educacional individualizado

Pareceu difícil? Sem dúvida, avaliar um estudante de acordo com suas capacidades é uma tarefa complexa, mas não impossível! Quer ver?

Neste ano, uma escola onde atuo recebeu um aluno não alfabetizado no ensino fundamental II – situação desafiadora para qualquer equipe pedagógica! A unidade já adotava o Plano educacional individualizado (PEI) para lidar com estudantes com deficiência e resolveu usar o instrumento também nesse caso.

+ Saiba o que é e como criar um PEI

O grupo estruturou o documento com informações sobre o que o garoto sabia, seus interesses, necessidades e o que precisava desenvolver. Nessa investigação, ficamos felizes em “descobrir” um estudante cheio de habilidades. Se a escola não se esforçasse para enxergá-lo além do rótulo de “não alfabetizado”, isso não seria possível.

Definimos, então, o que era relevante que ele aprendesse em cada disciplina. A partir desses conteúdos, foram criadas estratégias pedagógicas e avaliativas. Permitimos, também, que ele realizasse seus registros de aula por meio de gravação ou fotos.

Para algumas disciplinas, a avaliação foi oral. Em outras, com trabalhos ou vídeos (editá-los era uma das habilidades do aluno). É claro que toda equipe ficou insegura no momento de atribuir nota a um aluno que não realizava a prova como os demais. Mas seu processo avaliativo foi leve, tanto para os professores quanto para ele e demais colegas, que estavam cientes do modo de aprendizagem específico do garoto.

Precisa de ajuda no caminho?

Fazer a avaliação dos alunos público-alvo da educação especial ou com dificuldades de aprendizagem não é uma tarefa simples. Os educadores esperam por respostas definitivas, mas na prática, o processo avaliativo considera sujeitos com características, aprendizagem e interesses únicos. Mas espero que as dicas deste artigo possam ajudar os professores a olhar para seus estudantes de forma mais clara.

Como destaca a especialista em inclusão Maria Teresa Mantoan, “a educação inclusiva preconiza um ensino em que aprender não é um ato linear, contínuo, mas fruto de uma rede de relações que vai sendo tecida pelos aprendizes, em ambientes escolares que não discriminam, que não rotulam e que oferecem chances de sucesso para todos, dentro dos interesses, habilidades e possibilidades de cada um”.

Se você ainda tem dúvidas sobre avaliação ou sobre outras demandas relacionadas à educação inclusiva, nós podemos te ajudar! Nossos principais serviços são:

• Formação de capacitação de professores, equipe gestora e demais envolvidos com o processo ensino e aprendizagem

• Mentoria para a implementação do processo

• Assessoria para o desenvolvimento do plano e currículo

Entre em contato pelo site ou envie um e-mail para silvia@inclusaonaescola.com.br para mais informações. Vamos juntos fazer sua escola ser cada vez mais inclusiva!

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